Cartas Diretas, obrigado.
Um simples lar no qual cabe meus vocábulos unidos em cartas que direciono ao mundo inteiro. Podem servir de inspiração, conforto, ajuda, ou apenas podem servir de palavras que simplesmente entrarão por um ouvido e sairão pelo outro.
quinta-feira, 31 de março de 2011
Décima Terceira Carta: Toque de recolher das 21h30
"O alarme ressalva os pensamentos do Coronel que, de fronte a guerra, só se fez trêmulo, triste, incapaz, imóvel, impotente, descontrolado, desnorteado,... 'desamado'. Recipiente mortal de um espírito dependente, movido à vapor e desmotivado pela incerteza. Fundido de pele, coragem, medo e desligamento. Soltava-se das situações. Tremia no frio da Rússia. Desprendia-se do calor da sala. Sentia medo do que estava acontecendo. 'Aquilo' era um fragmento demasiado importante na vida do mancebo, resguardado sobre o âmbito sossegado. Sua angústia o tornava imóvel e frenético, preocupado e relaxado,... amedrontado ao todo. Desligado em todos os sentidos. Não sabia o que fazer. E escrevia errado sua última carta. O cilindro recém-criado de 1945 posicionou-se sob o queixo e o risco gritando atravessou seu semblante triste, transformando-o em uma pintura inalterável... Deixou-vos... Todos retornaram tristes ao recinto, inaugurando o preâmbulo... Do Coronel, ninguém se lembra, pois, com ele os anjos vieram ter e, em pessoa, Deus desceu para levá-lo reconstruído sob a farda. Ninguém mais viu nada como 'Aquilo', nem sentiram nada como 'Aquilo'. Nele ninguém acredita. Isto porque ele era um poeta, não um Coronel... e o toque de recolher das 21h30 soou pela última vez."
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