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sábado, 12 de março de 2011

Quinta Carta: Amor, fonte de teorias.

"A luta entre a Alma e o Corpo sempre fez de mim um campo de batalha, sustentado por conflitos de ideologias baseadas, às vezes, na Fé, às vezes, na Razão. Até ontem, 11 de março, eu não acreditava no sobrenatural. Digo, no diferente. Não gosto da palavra 'sobrenatural'. Enfim... até ontem eu não acreditava no 'diferente'. Tudo pra mim era explicado pela Razão, pela ciência. Mas, se pergunte do jeito que eu fiz: 'O que é o amor?' Pergunte-se isso e tente explicar usando a razão. Sei que é difícil, sei que tem explicação, mas a resposta é tão 'racional' que tira a essência do que é o amor. Estou me perguntando, neste exato momento em que escrevo, sobre o que é o amor. Resumindo o que penso, agora, sobre ele, afirmo que o amor é algo indefinido. Estranho dar uma resposta indefinida buscando definição de algo. Pois é. Mas prefiro acreditar que o amor está conectado à uma fonte, à algo maior: uma alma. Mas o que seria uma alma? É tão estranho pensar em algo 'fantasioso', mas... o cérebro é incrível, mesmo. Mas é difícil aceitar - ainda mais quando se está amando - que isto é apenas algo 'proposital', criado pelo nosso cérebro. 'Teve ter algo maior' pensei. 'É claro, uma alma'. Conecto amor à alma. Tenho um pensamento de como a alma age em relação ao amor. Sabe aquele sentimento de coração apertado, quando você se afasta de quem ama? Aquela coisa chamada 'saudade' também é fruto da alma. É a alma querendo sair do seu corpo para ir ao encontro da pessoa amada. Mas o seu cérebro é tão 'racional' que, às vezes, impede que sua alma consiga sair para o encontro da pessoa amada. Mas a alma é forte, supera as barreiras da distância e consegue se encontrar com a pessoa amada. Deve ser por isso que dizem que 'o amor é cego'. Deve ser pelo fato do amor ser um fruto da alma, não do olho, não da boca, ou de outro órgão. Sei que já escrevi demais, mas você deve estar se perguntando - ou não - o que acontece com um amor não correspondido, o que acontece quando a alma. Bem, quando você ama, você corta sua alma em duas partes e entrega uma metade à pessoa amada. E sabe por que você sente um vazio depois? Porque esse espaço só é preenchido, depois, por uma metade da alma da pessoa. E quando esse pedaço não é preenchido, ele demora muito para cicatrizar. Sua metade nunca volta para o lugar. Ela se desfaz no ar, se desfaz no corpo da pessoa que não corresponde. Daí sua alma trabalha incansavelmente para cicatrizar e 'criar' uma outra metade para depois ser novamente entregue à uma pessoa. É a vida. A alma vai além do que seu cérebro permite, sua alma vai além do corpo. Ela vai trabalhar, ela vai buscar sempre por um pedaço. O efeito colateral dessa 'cicatrização' é que a alma vai diminuindo para poder criar uma outra metade. É como um doce. Você pode comê-lo e fazê-lo tornar à forma redonda? Sim, entretanto você terá que modelá-lo, e modelá-lo, e modelá-lo até ele voltar à forma anterior, sendo que ele ficará menor à cada vez que você comer um pedaço e tentar modular à forma original. Mas nunca desista de buscar uma metade, tente ser rápido pois, quanto mais você errar, mais sua alma se desgastará, podendo, um dia, acabar. Um corpo sem alma é um corpo incompleto. Pode ser que você tenha a sorte de uma pessoa te dar uma metade da alma dela, mas você não terá a sua para encaixar na dela... e, sabe o que acontecerá? Você não conseguirá corresponder ao amor dessa pessoa. Pense bem, ame bem."

Cartas Diretas, obrigado.

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