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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Vigésima Carta: Agora a cuspideira é você.

"Vira-e-mexe vejo por aí pessoas que rebaixam os valores das pessoas. Na maioria dos casos elas agem nesta seqüência: primeiramente, usam a dúvida, logo após, a psicologia para igualar os seus valores aos dos outros; depois, usando a igualitarismo, rebaixam os valores alheios. Por fim, se dizem superiores. Um exemplo:

'Quem escreve mais? Eu ou você? Bem, eu nunca estudei literatura, nem nunca precisei ler seus textos para saber se sou melhor que você ou não. Eu simplesmente sei fazer o que você faz. Eu nunca precisei me esforçar para saber fazer, já você, vive se esforçando para saber fazer. Logo, se você se esforça, você continua do seu jeito. Se você não se esforça, você decai. Se eu não me esforço, eu continuo no seu nível. Se eu me esforço, eu te supero. Entende? Seguinte à isto, o esforço me tornará melhor que você. Logo, eu sou melhor que você por ser do seu nível sem fazer esforço.'

Bem, esta é a tática usada por essas pessoas. Claro, não dizem com essas palavras, mas, no fundo, é isso. Vamos fragmentar o texto. 'Quem escreve mais? Eu ou você?' Essa é a primeira etapa, onde usa-se a dúvida para criar um 'clímax'. Imediatamente, igualam seus valores: 'Bem, eu nunca estudei literatura, nem nunca precisei ler seus textos para saber se sou melhor que você ou não. Eu simplesmente sei fazer o que você faz.' Após igualar seus valores aos dele, a pessoa usa esse igualitarismo para rebaixar seus valores: 'Logo, se você se esforça, você continua do seu jeito. Se você não se esforça, você decai. Se eu não me esforço, eu continuo no seu nível. Se eu me esforço, eu te supero. Entende?' Por final, ela destrói seus valores: 'Seguinte à isto, o esforço me tornará melhor que você. Logo, eu sou melhor que você por ser do seu nível sem fazer esforço.' Esse tipo de pessoas são irritantes, mas muito presentes nas nossas vidas. Seja aquele amigo que diz que joga video-game melhor que você, ou aquele colega que diz que sabe mexer em computador igual a você sem nunca ter feito aula, diferente de você. É... são bem presentes sim. E sabe o que eu digo contraditório à eles? Isto:

'Concordo com você. Eu me esforço para ser bom. Já você não faz esforço e é do meu nível. Mas sabe o que me torna, de fato, melhor que você? Simples. O que me torna melhor que você é que você se esforça para ser do meu nível e eu me esforço para ser bom. Logo você não cresce por conta própria, mas sim, pela minha vitória. Mas eu não. Eu cresço por conta própria, cresço pela minha capacidade de 'cagar-e-andar' pra você, cresço pelo meu esforço de ser bom. Os seus valores só servem para destruir, nada mais. Já os meus valores servem para me defender e me jogar pra cima sem se preocupar com seus ataques.'

Eu já cansei de ser alvo dos seus valores destrutivos e são com essas palavras que você se torna a cuspideira da vez."

Cartas Diretas, obrigado.

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