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sábado, 1 de fevereiro de 2014

Septuagésima Sexta Carta: Um novo céu para voar.

Estranhamente a última carta também falava de proteção e o dilema entre o suficiente, a confiança e o sufoco. Da forma que isso se tornou um problema (sufocar e reprimir). Mas eu não me canso, eu não me calo, e por mais que ninguém ligue, eu escrevo. Então este aqui será um poema.

"Por ser um pássaro com medo de voar,
pelos tombos que levei e que vi outrem levar,
pelas quedas que presenciei e não pude ajudar,
fechei minhas asas e ao céu jurei nunca mais retornar.

Por ser um homem com medos diferentes,
pelos buracos em que caí em tempos recentes,
pela chão que vi ceder e levar tanta gente,
ergui meus escudos na firmeza de um lugar decente.

Tanto tentei desenhar pássaros livres no céu,
mas as quedas que vi mergulharam meu sonho em fel,
e toda a amargura que caiu sobre o papel
cobriu meus esboços com seu umbroso véu.

Anseio muito voltar a ver um pássaro voando,
sem que sintamos medo a ponto de estar voltando,
sem tristes e dramáticas quedas estarmos esperando,
e sem outra tentativa estar amargurando.

Mas não é que meu medo me impeça de crer
pássaros voando para com o céu ter,
mas com todas as quedas que vi acontecer,
parei de acreditar no céu que costumo ver.

Entretanto permaneço na busca de alguém são,
que como eu diga 'É possível voar em outra direção',
e então vamos entender que a melhor solução
foi confiar, aguardar e buscar com intenção...

De ver todos os sonhos sendo separados do fel,
ou talvez de ver a amargura não manchar o papel,
levando consigo o maldito do umbroso véu,
mas com certeza na intenção de buscar um novo céu.

Daí não haverá muito o que falar.
Será só pensar,
confiar,
e voar."

Cartas Diretas,
obrigado.

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